segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Uma manhã qualquer

Acordamos em uma manhã qualquer pensado que as coisas estão normais, que será um dia rotineiro e tranqüilo, sem menos esperar olhar para o lado e levar um susto. Estar em outra casa que não a sua, acompanhado por um afeto passado. Fazendo dele seu “presente”, mas jamais futuro e nada bem empacotado como um presente, apenas enrolado como sempre. Enrolando a relação e o sentimento sem nada ficar, apenas comprovar a teoria de Bauman de “amor líquido” e a fluidez nas relações.
Seguindo assim algumas de suas citações:

"Em nosso mundo de furiosa individualização, os relacionamentos são bênçãos ambíguas. Oscilam entre o sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro”
“O desafio, a atração e a sedução do Outro tornam toda distancia, ainda que reduzida e minúscula, insuportavelmente grande”.
“E não há senão uma tênue fronteira, à qual facilmente se fecham os olhos, entre a carícia suave e gentil e a garra que aperta, implacável”.
“É da natureza do amor ser refém do destino”.
“E o fascínio da procura de uma rosa sem espinhos nunca está muito longe, e é sempre difícil de resistir”.
“Enquanto vive o amor paira a beira do malogro”.
Zwei e Zweifel (dois e dúvida)
“Onde há dois não há certeza”.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tempos modernos

Assistimos regressões no comportamento humano. Pairou no ar a ideia de que era necessário tornar-se perfeito, ter um corpo sarado, ser belo e popular para que assim pudesse ter reconhecimento e aceitação do indivíduo como cidadão do século XXI. Impulsionados por conquistas e pressões múltiplas, o homem e a mulher buscaram o ideal de amor romântico como auge do sucesso amoroso. Os indivíduos buscaram a expressão do desejo pela satisfação carnal, o culto pelo corpo como fonte máxima de poder e sucesso. Mas foi nessa visão distorcida que a conduta humana mereceu atenção, na curva sinuosa chamada liberdade de escolha, que caracterizou a pós-modernidade.
Frente à possibilidade de mudança, muitos experimentaram o dissabor da solidão, de modo que tecnologia e capitalismo coisificaram o homem e o transformaram em propriedade e fonte do prazer alheio. Talvez pela expectativa social que se apresentou regida pela seleção de uma minoria, pessoas adoeceram e apresentaram transtornos de ansiedade, transtornos alimentares, uso de álcool e outras drogas – não somente as lícitas -, além do uso abusivo da internet e da compulsão por comprar.

Referência – Revista Psique Ciência e Vida, ano IV, nº 54 p. 26-27; junho de 2010.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Tudo novo de novo

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Paulinho Moska

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O cerébro

Anônimo diz: O que essa mulher tem de tão especial?
Incógnito diz: Um cérebro!
Anônimo diz: O que você vai fazer com um cérebro?
Incógnito diz: ...

domingo, 14 de novembro de 2010

É o que me interessa

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem.

Quem vai virar o jogo
E transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa.

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa.

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa.

Lenine - É o que me interessa

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

...

"Na ética o mal é uma conseqüência do bem, assim na realidade da alegria nasce à tristeza. Ou a lembrança da felicidade passada é a angustia de hoje, ou as agonias que são tem sua origem nos êxtases que poderiam ter siso".

(Edgar Allan Poe)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sentimental

O quanto eu te falei?
Que isso vai mudar
Motivo eu nunca dei
Você me avisar, me ensinar
Falar do que foi pra você
Não vai me livrar de viver

Quem é mais sentimental que eu?
Eu disse e nem assim se pôde evitar

De tanto eu te falar
Você subverteu o que era um sentimento e assim
Fez dele razão pra se perder
No abismo que é pensar e sentir

Ela é mais sentimental que eu
Então fica bem
Se eu sofro um pouco mais

"Se ela te fala assim, com tantos rodeios, é pra te seduzir e te
Ver buscando o sentido daquilo que você ouviria displicentemente.
Se ela te fosse direta, você a rejeitaria."

Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei, não é assim, mas deixa
Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir.

Sentimental
Los Hermanos
Composição: Rodrigo Amarante