quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Todo o sentimento

Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez,
Que recolhe todo sentimento
e bota no corpo uma outra vez.

(Chico Buarque e Cristóvão Bastos)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Uma manhã qualquer

Acordamos em uma manhã qualquer pensado que as coisas estão normais, que será um dia rotineiro e tranqüilo, sem menos esperar olhar para o lado e levar um susto. Estar em outra casa que não a sua, acompanhado por um afeto passado. Fazendo dele seu “presente”, mas jamais futuro e nada bem empacotado como um presente, apenas enrolado como sempre. Enrolando a relação e o sentimento sem nada ficar, apenas comprovar a teoria de Bauman de “amor líquido” e a fluidez nas relações.
Seguindo assim algumas de suas citações:

"Em nosso mundo de furiosa individualização, os relacionamentos são bênçãos ambíguas. Oscilam entre o sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro”
“O desafio, a atração e a sedução do Outro tornam toda distancia, ainda que reduzida e minúscula, insuportavelmente grande”.
“E não há senão uma tênue fronteira, à qual facilmente se fecham os olhos, entre a carícia suave e gentil e a garra que aperta, implacável”.
“É da natureza do amor ser refém do destino”.
“E o fascínio da procura de uma rosa sem espinhos nunca está muito longe, e é sempre difícil de resistir”.
“Enquanto vive o amor paira a beira do malogro”.
Zwei e Zweifel (dois e dúvida)
“Onde há dois não há certeza”.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tempos modernos

Assistimos regressões no comportamento humano. Pairou no ar a ideia de que era necessário tornar-se perfeito, ter um corpo sarado, ser belo e popular para que assim pudesse ter reconhecimento e aceitação do indivíduo como cidadão do século XXI. Impulsionados por conquistas e pressões múltiplas, o homem e a mulher buscaram o ideal de amor romântico como auge do sucesso amoroso. Os indivíduos buscaram a expressão do desejo pela satisfação carnal, o culto pelo corpo como fonte máxima de poder e sucesso. Mas foi nessa visão distorcida que a conduta humana mereceu atenção, na curva sinuosa chamada liberdade de escolha, que caracterizou a pós-modernidade.
Frente à possibilidade de mudança, muitos experimentaram o dissabor da solidão, de modo que tecnologia e capitalismo coisificaram o homem e o transformaram em propriedade e fonte do prazer alheio. Talvez pela expectativa social que se apresentou regida pela seleção de uma minoria, pessoas adoeceram e apresentaram transtornos de ansiedade, transtornos alimentares, uso de álcool e outras drogas – não somente as lícitas -, além do uso abusivo da internet e da compulsão por comprar.

Referência – Revista Psique Ciência e Vida, ano IV, nº 54 p. 26-27; junho de 2010.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Tudo novo de novo

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Paulinho Moska

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O cerébro

Anônimo diz: O que essa mulher tem de tão especial?
Incógnito diz: Um cérebro!
Anônimo diz: O que você vai fazer com um cérebro?
Incógnito diz: ...

domingo, 14 de novembro de 2010

É o que me interessa

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem.

Quem vai virar o jogo
E transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa.

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa.

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa.

Lenine - É o que me interessa

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

...

"Na ética o mal é uma conseqüência do bem, assim na realidade da alegria nasce à tristeza. Ou a lembrança da felicidade passada é a angustia de hoje, ou as agonias que são tem sua origem nos êxtases que poderiam ter siso".

(Edgar Allan Poe)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sentimental

O quanto eu te falei?
Que isso vai mudar
Motivo eu nunca dei
Você me avisar, me ensinar
Falar do que foi pra você
Não vai me livrar de viver

Quem é mais sentimental que eu?
Eu disse e nem assim se pôde evitar

De tanto eu te falar
Você subverteu o que era um sentimento e assim
Fez dele razão pra se perder
No abismo que é pensar e sentir

Ela é mais sentimental que eu
Então fica bem
Se eu sofro um pouco mais

"Se ela te fala assim, com tantos rodeios, é pra te seduzir e te
Ver buscando o sentido daquilo que você ouviria displicentemente.
Se ela te fosse direta, você a rejeitaria."

Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei, não é assim, mas deixa
Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir.

Sentimental
Los Hermanos
Composição: Rodrigo Amarante

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é
necessário ser um.

Fernando Pessoa

Falando de amor

O Realista diz:
Foda!
O amor é uma merda.
Uma grande e gorda pilha de merda que o cara pula de cabeça!

O Desiludido diz:
Eu amo ela não tenho duvida disso...
Senão jamais teria passado por tantas coisas como passei na esperança de um dia ficar com ela.
Bem nessa, uma merda, mole e quente.

O Sonhador diz:
Mais eu te entendo bem!

O desiludido diz:
Sim! Agora vc entende...Porque até bem pouco tempo eu era o último romântico, o incompreendido e sentimental.

O Sonhador diz:
Passo coisas com ela que nunca imaginei que passaria pra ficar com alguém...

O Realista diz:
Bom! De qualquer forma no fim das contas nos resta o sofrimento.

O Sonhador diz:
Logo posso estar no mesmo barco!
Afundamos juntos;
Por enquanto ainda acredito no amor!

O desiludido diz:
Eu não acredito em mais nada!
Recuso-me a acreditar novamente e me desiludir pela milésima vez.
Já não sei mais se ainda estao rolando os dados;
Cansado de me declarar ao vento;
Passo mais uma vez por esse momento de dor e sofrimento;
De angustia de partir e agonia de ficar;
Medo de perde uma batalha onde já me sinto derrotado.



“O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga idéia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói.”
(Cazuza)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Se lembrar de celebrar muito mais

Breve período sem escrever me volta a melancolia gostosa que me obriga por força de um estímulo que movimenta meus dedos a apertar as teclas e por consequência me sentir mais aliviado das ángustias básicas do viver, fazer sentido, sentir, pensar e tornar a esquecer. As próprias palavras que outrora me levaram a transliteração inteligível da minha total ausência de lucidez entre uma loucura sanada e uma paz brevemente forjada pelas essências de significados dados as palavras mais tolas que em linhas retas escrevo tortas...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Querer

Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.

(Pablo Neruda)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Metal Contra as Nuvens

I

Não sou escravo de ninguém
Ninguém, senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E, por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz.

Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais.

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição,
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.

Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra tem a lua, tem estrelas
E sempre terá.

II

Quase acreditei na sua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa.

Quase acreditei, quase acreditei

E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.

Olha o sopro do dragão...

III

É a verdade o que assombra
O descaso que condena,
A estupidez, o que destrói

Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentidos já dormentes,
O corpo quer, a alma entende.

Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos.

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

Não me entrego sem lutar
Tenho, ainda, coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então.

IV

- Tudo passa, tudo passará...

E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.

E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos.

Legião urbana
Composição: Dado Villa-Lobos/ Renato Russo/ Marcelo Bonfá

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Tempo e intensidade

Quase tudo na vida é uma questão de tempo e intensidade.
O tempo que se leva,
o jeito que se faz,
o tempo que se vive,
o jeito que se vive.

Tempo é tudo que somos;
Uma breve noção de data, dias, horas e minutos;
ou o que fizemos com esses dias, horas e minutos
Juntado o que fizemos deles
Resumiria a nossa vida com uma sinopse barata de um óbito de jornal qualquer

A vida vem e nos leva com ela
Ela vai tão de repente que quando percebemos, já passou!
E geralmente nos perguntamos - E o que fica?
Se tudo é tão transitório!
Uma hora posso estar aqui e outra já não estar
Uma hora posso ser e outra nada ser;

Uma realidade transitória e nunca permanente
Os sonhos que se perdem como as chaves da nossa casa que fica por algum canto esquecida, sendo que guarda o nosso maior patrimônio.
A ilusão que adora o pranto da minha alma.
Ou a figura ilustre do amor que por muitas vezes adorna nosso ser, fingindo ser eterno;
ou como já dizia o poeta: “que seja eterno enquanto dure”
Mas não apenas o amor, a vida também é assim,
Que seja eterna enquanto dure!

Viver de verdade, amar de verdade,
Aqui e agora, como se tudo fosse pra sempre
Esquecendo e lembrando que outrora morreremos e estamparemos um jornal com a notícia de nosso óbito e uma breve sinopse de quem nós fomos
Onde o que fica são histórias, experiências, lembranças e velhas fotografias.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Agonia

Se fosse resolver
iria te dizer
foi minha agonia
Se eu tentasse entender
por mais que eu me esforçasse
eu não conseguiria
E aqui no coração
eu sei que vou morrer
Um pouco a cada dia
E sem que se perceba
A gente se encontra
Pra uma outra folia
Eu vou pensar que é festa
Vou dançar, cantar
é minha garantia
E vou contagiar diversos corações
com minha euforia
E a amargura e o tempo
vão deixar meu corpo,
minha alma vazia
E sem que se perceba a gente se encontra
pra uma outra folia

Oswaldo Montenegro

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Copo Vazio

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.

É sempre bom lembrar
Que o ar sombrio de um rosto
Está cheio de um ar vazio,
Vazio daquilo que no ar do copo
Ocupa um lugar.

É sempre bom lembrar,
Guardar de cor que o ar vazio
De um rosto sombrio está cheio de dor.

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.
Que o ar no copo ocupa o lugar do vinho,
Que o vinho busca ocupar o lugar da dor.
Que a dor ocupa metade da verdade,
A verdadeira natureza interior.

Uma metade cheia, uma metade vazia.
Uma metade tristeza, uma metade alegria.
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor.
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor.

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.

Gilberto Gil

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Fumaça que sobe

O cigarro faz uma argola no ar...!
Não sei, quem pensa em mim?
Também, não sei, em quem penso?
Que ninguém pense em mim!
Que também,
não quero pensar;
em ninguém!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Mais uma dose

Uma dose pra aquecer
Ou pra esquecer
Talvez apenas
Para enfrentar o inverno

Uma das melhores coisas na vida
é esquecer algo que te faz sofrer;
Sentir a liberdade;
pensar a vontade;
Sem aquela pessoa ou coisa
ruminando o pensamento

A vida seguiu
O tempo passou
O amor morreu
E outro nasceu

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Cáos

É necessário ter o caos cá dentro para gerar uma estrela.

Friedrich Nietzsche

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sobre a verdade

Eu gostaria de dizer um coisa para Nietzsche;
dentre as muitas que gostaria de dizer!
Em ‘para além do bem e do mal’ ele inicia o livro falando, supondo que a verdade seja uma mulher.
Aí, eu já lhe diria:
-Supondo que a verdade seja uma mulher, ela já não seria verdade.
Existe coisa mais falsa que uma mulher?
Talvez uma nota de 3 reais, mas não é o caso.
Logo elas que tem o dom para mentir e enganar.
Seja com palavras, gestos e atitudes ou até mesmo roupas e maquiagens.
Para mim a verdade não tem sexo porque se o tivesse já não seria tão verdadeira assim!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

E o pensamento

E o pensamento que é tão livre;
Continua aprisionado em você
Aguardando que a leveza do tempo
Passe uma borracha nesse sentimento

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Os Degraus



Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...

(Mario Quintana)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Uma poesia ártica



Uma poesia ártica,
claro, é isso que eu desejo.
Uma prática pálida,
três versos de gelo.
Uma frase-superfície
onde vida-frase alguma
não seja mais possível.
Frase, não, Nenhuma.
Uma lira nula,
reduzida ao puro mínimo,
um piscar do espírito,
a única coisa única.
Mas falo. E, ao falar, provoco
nuvens de equívocos
(ou enxame de monólogos?)
Sim, inverno, estamos vivos.
(Paulo Leminski)

Da Lama Ao Caos

Posso sair daqui para desorganizar

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru

Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça

Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
“Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir”
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar

Da Lama Ao Caos
Nação Zumbi

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O homem falou

Com meu lado masculino aflorado;
Vou contra,
muito do que acredito;
E concluo que o cérebro,
é a parte que menos importa na mulher.

(Cáos)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Não consigo dormir

"Não consigo dormir.
Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras.
Se pudesse, diria a ela que fosse embora;
mas tenho uma mulher atravessada na garganta."
(Eduardo Galeano)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

vida é assim

Tantos ventos
e tantas venturas
Tantos doces
e amargos
Tantas vezes
o meu coração
Lembra
e ao acordar
Olha o cáos
E se adapta
______________________________________________

“E a tristeza parece poesia”
(Sonho de uma flauta - O teatro mágico)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Os caminhos

Mesmo assim eu não deixo de gostar de você...
Não sei se é teimosia minha, mas é algo do qual não posso controlar, não queria te ver chateada e também não queria ficar...no fundo eu só quero que a gente fique bem, juntos ou não...lógico que a preferência seria que ficássemos juntos, sempre quis isso. Mas senão acontecer a vida segue e temos muito por fazer e viver. Apenas começamos!
Uma das conclusões que chegamos é a de que o amor dói. E sem dúvida, deverás dói, sinto uma dor forte que avança o peito e chega à alma. Tenho medo de estar com você e muito mais medo só de pensar em te perder.


“Eu já me perguntei se o tempo poderá realizar meus sonhos e desejos...”
(Lenine - Todos os caminhos)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Inconstância

Por mais que eu tente entender eu não consigo,

Tantas indas e vindas,

Tanto desconforto,

Brigas tolas,

Verdades não ditas

Bem e mal

A ironia de se querer

Sem nunca estar juntos

E sem nunca se perder
(Kháos)


“O bem que voçe me fez, nunca foi real”
(Barão vermelho – As flores do mal)

“O mundo está ao contrário e ninguém reparou?”

Hoje acordei com a sensação de que tudo esta errado!

Às vezes me canso de tudo;

Do mundo, da minha vida, das pessoas que tem o dom ou poder de transforma - lá melhor ou pior.

Muitas vezes me questiono porque essa relação com o outro é tão importante pra nós, porque somos tão afetados com a presença ou ausência do outro.

Acordei me sentindo criança, querendo um colo de pai ou de namorada, senti a solidão de uma vida vazia. Entrei em conflito comigo mesmo logo ao despertar, com minhas noites de sonos curtos e sem sonhos.
(Kháos)


“Antes eu sonhava, agora já não durmo...
Enquanto o caos segue em frente, com toda a calma do mundo.”

domingo, 11 de julho de 2010

Em cima do muro

As vezes paro de fazer escolhas, de tomar decisões e simplesmente sento em cima do muro e observo minha vida.
O que fiz, o que vou fazer, o que estou fazendo.
Assim no muro sentado observando o dois lados.
Assumo hora meu lugar, hora o do outro.
Tenho visões perturbadas muitas vezes de ambos, mas com singela alegria continuo levando e elevando a vida.
Observo o sim e o não, o bem e o mal, homem e mulher.
Todos os olhares possiveis que de cima do muro posso enxergar.
Sem tomar decisao, sem julgar, sem saber quem sou.

Minha Bela

Minha bela
Feche os olhos;
Para não me ver;
Indo embora;
Sendo engolido;
Pelo mundo;
Na penumbra;
Do horizonte;
Não me olhe;
Com esses olhos;
De o que estamos fazendo;
Neste mundo;
Triste e sombrio;
Sem saber;
O que buscamos de verdade;
Buscando o amor;
Essa melancolia saudável;
Nosso intuito para a dor;
Nossa insatisfação;
Em estarmos satisfeitos;
Na mais plena vertigem;
Do viver;
Perturbado pela própria natureza;
Na angustia de morrer;
Indago minha essência;
Para saber quem sou.
(Kháos)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Escrevendo a catarse

Escrevo antes de mais nada para mim;
pra aliviar a tensão dos meus pensamentos...
escrevo muitas vezes sem ler o que penso
algumas vezes, me assusto com meus pensamentos,
chego a me indagar se penso isto mesmo.
escrevo pra espantar a solidão;
para completar minha paixão;
para chorar, pra sorrir, pra viver.
escrevo, leio, guardo.
escrevo, não leio, nem altero, palavras que morrem no tempo
versos que outrora tiveram grande importância
mas que, também,
não precisavam ter sentido
apenas significar
um vínculo
comigo mesmo

antes de tudo,
ou de nada.
Catarse, um alivio emocional.
(Kháos)

O mundo é um moinho

Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho.
Vai reduzir as ilusões a pó

Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés
(Cartola)

O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não doi. (Cazuza)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

20 anos da morte do poeta

Eu sou da geração do desbunde.
Nunca tive saco pra milico, desfile, gente com medo.
Todo mundo ficava parado, mudo, anestesiado.
Não dava pra fingir que não tinha nada.
Pra mudar alguma coisa, a gente teve que gritar, se drogar.
Ir pra rua, enfrentar nossa própria fraqueza.
Era uma maneira de não se render, e não ficar careca, careta.
(A vaca)

_______________________________

Todo Amor que Houver Nessa Vida

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia

E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria

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Ele ainda vive em suas letras, suas musicas, poemas, e no coração de seu fãs,
um imortal de vida louca e breve.
VIVA CAZUZA!

terça-feira, 6 de julho de 2010

As vezes sou traído pelo próprio sentimento

O amor como um patético tormento
Os desejos do coração
A alma dizendo que sim
e o mundo dizendo que não.

Entre indas e vindas
Segredos e verdades não ditas
Entre as voltas que o mundo dá
O amor ainda segue a me atormentar
(Kháos)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Soneto de carnaval

Soneto de carnaval

Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.

Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.

E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim

De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.
(Vinicius de Moraes)

Dance Monkeys Dance

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A Teogonia de Hesíodo

O começo das coisas, a Teogonia de Hesíodo também é visto como didático, onde tudo se inicia com o Caos: o vazio primitivo e escuro que precede toda a existência. Dele, surge Gaia (a Terra), e outros seres divinos primordiais: Eros (atração amorosa), Tártaro (escuridão primeva) e Érebo. Sem intermédio masculino, Gaia deu à luz Urano, que então a fertilizou. Dessa união entre Gaia e Urano, nasceram primeiramente os Titãs: seis homens e seis mulheres (Oceano, Céos, Créos, Hiperião, Jápeto, Téia e Reia, Têmis, Mnemosine, Febe, Tétis e Cronos); e logo os Ciclopes de um só olho e os Hecatônquiros (ou Centimanos). Contudo, Urano, embora tenha gerado estas divindades poderosas, não as permitiu de sair do interior de Gaia e elas permaneceram obedientes ao pai. Somente Cronos, "o mais jovem, de pensamentos tortuosos e o mais terrível dos filhos", castrou o seu pai–com uma foice produzida das entranhas da mãe Gaia–e lançou seus genitais no mar, libertando, assim, todos os irmãos presos no interior da mãe. A situação final foi que Urano não procriou novamente, mas o esperma que caiu de seus genitais cortados produziu a deusa Afrodite, saída de uma espuma da água, ao mesmo tempo que o sangue de sua ferida gerou as Ninfas Melíades, as Erínias e os Gigantes, quando atingiu a terra. Sem a interferência do pai, Cronos tornou-se o rei dos deuses com sua irmã e esposa Reia como cônjuge e os outros Titãs como sua corte.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Caos (Mitologia)


Caos (do grego Χάος) é, segundo Hesíodo, a primeira divindade a surgir no universo, portanto o mais velho dos deuses. A natureza divina de Caos é de difícil entendimento, devido às mudanças que a ideia de "caos" sofreu com o passar da épocas.

Inicialmente descrito como o ar que preenchia o espaço entre o Éter e a Terra, mais tarde passou a ser vista como a mistura primordial dos elementos. Seu nome deriva do verbo grego χαίνω, que significa "separar, ser amplo", significando o espaço vazio primordial.

O poeta romano Ovídio foi o primeiro a atribuir a noção de desordem e confusão à divindade Caos.Todavia Caos seria para os gregos o contrário de Eros. Tanto Caos como Eros são forças geradoras do universo. Caos parece ser uma força mais primitiva, enquanto Eros uma força mais aprimorada. Caos significa algo como "corte", "rachadura", "cisão" ou ainda "separação", já Eros é o princípio que produz a vida por meio da união dos elementos (masculino e feminino).

Criação
A origem dos deuses e criação do Universo:

Caos (Universo) gerou sozinho:
Erebus (princípio vital do sexo masculino) gerou com Nix:
Eros (Amor, princípio organizador do mundo) gerou sozinho:
Tártaro (mundo Inferior, Inferno) o mundo inferior dos condenados
Gaia (Terra)gerou sozinha:
Urano (Céu)
Pontos (Mar)
Óreas (Montanhas)
Nix (Noite)

Filipa (Perfeição)

Do Kháos e do Kósmos

Há muito tempo o homem tenta encontrar a ordem no mundo, quando se supõe que nele ela exista e esteja oculta. Quando, porém, se suspeita de que o mundo seja completamente ilusório, procura-se a ordem fora dele. Quando pensamos em ordem, somos também levados a considerar sua oposiçao. Desordem e Ordem, Kháos e Kósmos, Não-Ser e Ser: estas são as velhas dicotomias que vêm ocupando o pensamento desde antes do surgimento da filosofia ocidental.
Se, por um lado, o mundo nos parece imbuído de certa ordem, por outro, ao ser compreendido de múltiplas maneiras, ao ser considerado polissemicamente, ele é percebido, muitas vezes, como um reino de confusão, na verdade, uma dissimulação da realidade. Isto gera uma inevitável ansiedade intelectual e um desconforto no que diz respeito às expectativas do homem diante da vida. Na tentativa de rompermos esse quadro caótico de insegurança quanto à vida e às próprias verdades do intelecto, perseguindo nosso ideal de atingir esteios confiáveis em que possamos apoiar-nos, corajosamente, lançamo-nos em busca daquilo a que chamamos "realidade". Às vezes, imaginamos importante, a todo custo, impedir a escravidão a que somos submetidos pela sedução da aparência. Sentimos que é absolutamente necessário ver o mundo como quem, tendo feito cair a venda dos olhos e tendo contemplado a verdade, se esforça para trazer a luz para os que ainda não a viram.
O mundo não se explica simplesmente por consistir em uma junção das coisas entre si, ou em sua disposição espacial contígua como, por exemplo, um livro sobre a mesa ou um pássaro voando no ar, ou em sua consecução temporal, como no caso do nascer que sucede o gerar, ou do morrer que sucede o viver. Muito mais do que isto, o mundo é esta constante batalha entre os opostos, entre tensões que incessantemente emergem do interior do próprio mundo, que são absolutamente essenciais ao ser e ao existir do mundo, e que se ocultam diante dos olhos que não se deixam guiar pelo pensamento.

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