Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.
Sophia de Mello Andresen
Desordem e Ordem, Kháos e Kósmos, Não-Ser e Ser: estas são algumas das velhas dicotomias que vêm ocupando o pensamento...
terça-feira, 3 de maio de 2016
Manoel de Barros - poesias
"Poderoso pra mim não é aquele que descobre ouro. Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas) Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil. Fiquei emocionado e chorei"
....
"O Tempo só anda de ida.
A gente nasce, cresce, envelhece e morre.
Pra não morrer
É só amarrar o Tempo no Poste.
Eis a ciência da poesia:
Amarrar o Tempo no Poste!"
E respondendo mais: "dia que a gente estiver com tédio de viver é só desamarrar o Tempo do Poste."
....
"As coisas não querem mais ser vistas por pessoas razoáveis: Elas desejam ser olhadas de azul"
....
"Poeta: sujeito com mania de comparecer aos próprios desencontros."
....
...que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.
....
"O Tempo só anda de ida.
A gente nasce, cresce, envelhece e morre.
Pra não morrer
É só amarrar o Tempo no Poste.
Eis a ciência da poesia:
Amarrar o Tempo no Poste!"
E respondendo mais: "dia que a gente estiver com tédio de viver é só desamarrar o Tempo do Poste."
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"As coisas não querem mais ser vistas por pessoas razoáveis: Elas desejam ser olhadas de azul"
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"Poeta: sujeito com mania de comparecer aos próprios desencontros."
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...que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.
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